terça-feira, 5 de abril de 2011

Mata Atlântica

Mata Atlântica
A Mata Atlântica é bem diferente de sua vizinha mais famosa, a Floresta Amazônica. É também úmida, com média de 2000 mm de chuva por ano, mas não é tão quente como a outra, tendo a temperatura variando entre 14-21°C. Essa grande variação de temperaturas contribui para a imensa variedade de plantas e animais que a floresta abriga.
A Floresta Amazônica está mais ou menos à mesma altitude com a Bacia Amazônica. No entanto, a Mata Atlântica situa-se entre o Rio Grande do Norte e o Rio Grande do Sul e se espalha da costa marítima até as montanhas. A vegetação da floresta varia imensamente de acordo com a latitude e a altitude e como resultado temos várias classes de floresta. Isso significa que a Mata Atlântica pode alegar que tem bem mais biodiversidade que a própria Floresta Amazônica.
As diferentes classes de floresta encontradas na Mata Atlântica são:
  • Floresta tropical úmida. Encontrada na região das planícies costeiras, reconhecida por sua fisionomia densa e alta, uma camada mais escassa de árvores pequenas, arbustos e palmeiras e grande número de lianas e epífitas. Não sobrou muito desse tipo de floresta.
  • Floresta tropical semi-decidual. Encontrada nos planaltos, na região do interior do país, serras de SP, PR, MG. No Nordeste, caracteriza a transição de matas de brejos úmidos para vegetação da caatinga.
No Sul do Brasil esta floresta está salpicada com Araucárias. A floresta tem uma camada superior de 30m de altura e abaixo desta cresce uma camada aproximadamente de 20m de altura.
  • Floresta montanhesca baixa. Encontrada em altitudes acima de 800m do nível do mar. Tem entre 12 e 25m de altura, maior densidade de árvores menores e grande diversidade biológica. Acima de 1200m há vegetação de arbustos e mato baixo.
  • O mangue. Localizado ao longo dos estuários, distribuídos entre latitudes inter-tropicais. Ocorre em solos lodosos, deposição de sedimentos nos fundos das baías e nos estuários, sujeitos a influência das águas salobras.
A floresta do Centro de Pesquisas Iracambi está numa área com altitudes variando entre 800 e 1500m, classificada como floresta estacional semidecídua.
Plantas e Animais
A Mata Atlântica fornece habitats para flora e fauna mais ricas que a da Floresta Amazônica. (Veja a página da biblografia para referências bibliográficas). A maior diversidade de plantas lenhosas por hectare (458 espécies) foi encontrada na Mat Atlântica.
Fazendo uma comparação, Minas Gerais tem área menor que o estado do Texas, nos EUA. Enquanto em toda América do Norte podem ser encontradas no máximo 810 espécies, somente no estado de Minas Gerais existem 750 tipos de pássaros.
Um número extraordinário de espécies são endêmicas, ou seja, são encontradas somente nessa região.
.São endêmicos:
  •  54% das árvores
  •  64% das palmeiras
  •  74% das bromélias
  •  40% dos mamíferos, borboletas, répteis, anfíbios e aves
  •  80% dos primatas
Só dos primatas existem 21 espécies e subespécies de macacos na Mata Atlântica, 14 dos quais estão em perigo. Desses 14, 13 não são encontrados em outro lugar algum, e muitos estão praticamente extintos. O Muriqui (Mono carvoeiro) corre maior risco de extinção do que o gorila das montanhas, com apenas 1.000 deles no mundo inteiro.
O triste fato é que a Mata Atlântica está sob uma grande ameaça junto com todas as criaturas que a usam como abrigo (80% das espécies em perigo no Brasil estão na Mata Atlântica).
A Destruição
Quando os primeiros portugueses se estabeleceram no Brasil, em 1532, a Mata Atlântica cobria mais de 1,3 milhões de quilômetros quadrados, uma área equivalente a onze vezes o tamanho de Portugal. Hoje, só sobrou 8% disto.
Destes 8%, menos de 10% da floresta é primária, o resto já foi derrubado pelo menos uma vez, e portanto, sofreu muitas perdas na biodiversidade. As estimativas sugerem que em 500 anos a floresta voltará a ser "virgem". Mas a floresta que existe hoje não tem 500 anos para viver. A taxa de destruição só vem aumentando. Em 1988, a Mata Atlântica foi declarada patrimônio nacional e o governo proibiu a derrubada da floresta, mas em seis anos, entre 1985 e 1990, mais de 500 ha foram derrubados.
Na maioria da Mata Atlântica e provavelmente nas redondezas de Iracambi, a principal causa do desmatamento foi a plantação de café. Quando a floresta é destruída, a fertilidade da terra acaba rapidamente - apesar da abundância de vegetação na mata, o solo é pouco fértil. A floresta sobrevive através de relações complexas entre árvores, plantas, microorganismos, fungos de quem eles podem tirar nutrientes e sais minerais necessários para o crescimento. Se essas relações são destruídas, o solo pobre se destaca, e quando usado intensamente para plantações em menos de 20 anos a fertilidade acaba.
Tudo isso, mais uma economia instável, só poderia resultar em problemas.
Esses 500 ha de matas derrubadas entre 1985-1990, desapareceram porque na década de 80 a economia brasileira estava muito fraca. O Brasil, de repente começou a ter que pagar os empréstimos feitos durante a ditadura militar. Subsídios para agricultura foram cortados e a inflação aumentou muito, ao mesmo tempo em que o mercado mundial se virou contra a agricultura.
A pressão em cima dos produtores brasileiros para que eles explorassem ainda mais os recursos de suas terras foi imensa. A conseqüência disso foi a derrubada da floresta, o cultivo intenso das terras, e o desgaste rápido do solo.
Depois disso, os terrenos viraram pasto e foram destruídos pelo gado. A chuva lavou o que restava no solo e começou a erosão.
Com a camada superior do solo levada pela chuva, a terra é inútil. O fazendeiro terá que derrubar mais florestas para plantar e poder ganhar mais dinheiro.
Rosário da Limeira
A situação dos pequenos produtores desta região não é de fazer inveja. As estradas são de terra, com exceção das grandes rodovias que vão para cidades como Rio de Janeiro. Nas estações chuvosas, essas estradas de terra são impossíveis para grandes caminhões, deixando esses produtores isolados dos mercados que poderiam permitir que eles plantassem produtos que fossem alternativos ao café.

Apesar das previsões do preço do café não serem as melhores, o governo não tem feito esforço algum para procurar um substituto para a exportação. Na verdade o apoio que o governo dá aos pequenos produtores é limitado a pequenas linhas de crédito nos bancos, que além de tudo só financiam café. Esses produtores são forçados a plantar café, e a maioria deles, plantar mais significa derrubar mais florestas.
Essa pressão sobre os produtores que alimenta o desmatamento

Um comentário:

  1. olá amigos! não vi nenhum comentário aqui, portanto vai o meu, o brasileiro deveria ser mais consciente com a natureza, de ambas as classes sociais, pois eu ando vendo e pesquisando sobre essa fantástica e exuberante floresta, lembra o próprio jardim do éden, e eu estou a fazer um quadro dessa floresta antes que não reste mais nada..pois nesse páis a destruição desse bem tão precioso pode não ter mais volta, belo trabalho d evocês com essa conscientização e estudos sobre esse tesouro que é a mata atlântica!

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